Comunicação Hoje

De um modelo de comunicação vertical, passamos a um modelo que parecia estar ficando horizontal. O que, na verdade, vem se revelando, hoje, como uma espécie de “raios em aro de bicicleta”, onde, as estratégias de comunicação não possuem uma orientação exata, tendo sua matriz focada no eixo: meio/objetivo. Diferente daquela fórmula básica ensinada na academia, onde a comunicação entre marcas e consumidores era linear, vertical, de cima para baixo, e pautava-se em: mensagem/público-alvo. Na verdade, nenhum dos conceitos trabalhados anteriormente, em comunicação, foi abandonado, muito menos sua estrutura básica, com alicerce no gráfico: mensagem – meio – receptor.

O que mudou foi a aplicação desta estrutura como meio de se atingir o objetivo final, neste caso, falando de Publicidade e Propaganda, por exemplo, bem como sua transmissão, antes unilateral, agora, falando também de toda forma de comunicação em massa. Onde mensagem, meio e receptor, se confundem e se fundem em muitos casos.

Para me fazer mais claro, trago o exemplo das mensagens “virais”, onde emissor e receptor podem estar em um mesmo patamar, mesmo se tratando de comunicação em massa. Diferente de tudo o que o mundo conhecia, afinal, transmitir mensagens simultaneamente para receptores em diferentes locais, só era possível através de veículos de comunicação em massa, os quais, por sua vez, restringiam o conteúdo de suas mensagens ao seu próprio interesse.

Por favor, não me vejam como um “pseudo-reacionário” que possui discurso repressivo ao “monopólio da comunicação” ou algo parecido. Não! O que quero dizer é que através de um simples e-mail, um vídeo postado na web, uma foto “twiitada”, torna-se possível atingir, em certos casos, mais audiência do que qualquer canal de televisão já alcançou, ou ao menos consegue alcançar, normalmente.

No momento em que isto acontece, há uma descentralização de poder sim, mas esta não é a questão. O ponto principal de tudo é que há um desmoronamento dos modelos conhecidos, no que diz respeito às estratégias de comunicação de massa, onde, hoje, falar com muitos não quer dizer, falar com quem precisa ouvir a mensagem, muito menos, persuadi-lo a adotar o conteúdo desta mensagem, como opinião própria.

Estabelecer esta ponte comunicacional, onde, muitas vezes não há ponte, ou nem é necessária que haja, é onde os profissionais de comunicação, sejam eles jornalistas ou publicitários, tentam se superar e entender como e por onde o fazer.

Fora este ponto, encontramos outras novidades geradas pela própria nova forma de se comunicar que o mundo descobriu. Ao invés de aparecer onde possa ser ouvida, a mensagem precisa estar onde possa ser encontrada. A diferença básica é que, antes, veículos de comunicação (falo de grandes corporações, jornais, concessionárias de TV etc.), que possuíam grande audiência, eram os melhores meios para se fazer ser ouvido, enquanto que hoje, não desmerecendo as grandes “mídias”, ser ouvido, que já se tornou, em muitos casos, ser lido, não é mais algo que necessariamente precise chegar ao espectador, mas sim ser procurado por ele, encontrado por ele. A mensagem não chega mais, com tanta facilidade, como chegava antes. Isto dá outra perspectiva ao mundo comunicacional. E para isto, nasce algo chamado Internet Marketing, por exemplo, acompanhado de suas técnicas de SEO (Search Engine Optimization) e SEM(Search Engine Marketing) que mudam a rota de transmissão de informação no mundo, arrastando, juntamente com as ações de marketing viral, promocional e de guerrilha, para segundo plano, o que conhecemos como “Mídia Tradicional”. A meu ver, tudo passa a ser uma questão de adequação e necessidade estratégica, onde, em certo momento, a TV, o jornal, o rádio, as revistas, enfim… Alimentam as redes sociais da web, as campanhas realizadas no mundo virtual, as notícias postadas em sites, blogs, sites de vídeo etc. Enquanto que em outro momento, é possível que um blog, ou até mesmo um micro-blog como o Twitter, gere conteúdo para os jornais, para a TV, para as revistas, para o rádio.

Desta mesma forma, acontecendo no mercado publicitário em geral, onde uma ação promocional pode funcionar como apoio a uma campanha de outdoor, ou uma propaganda de TV pode servir apenas para sustentar uma campanha de e-mail marketing. Tudo isso com a interação do público, neste caso, alvo ou não.

Estratégias multilaterais, segmentação de público, propagar para atingir o público certo, sendo encontrado por ele, ser encontrado apenas pelo consumidor final, ao invés de pulverizar a informação para encontrar este consumidor, são alguns dos quesitos que formam o furacão comunicacional em que vivemos. Se adaptar a este cenário, é questão de sobrevivência. Saber voar com ele, dançar entre seus obstáculos e não ser derrubado pelo seu próprio alvo é o princípio do sucesso.

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